Thursday, December 26, 2013

Leucemias - Epidemiologia e Fatores de risco

Leucemias - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Inúmeros fatores etiológicos têm sido incriminados nas leucemias.
As radiações ionizantes são leucemogênicas.
Sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki têm um risco de leucemia aumentado
que cresce na ordem inversa da distância até o epicentro das explosões.
A exposição à radiação ionizante na gravidez duplica o risco de leucemia na infância.
Observa-se uma incidência aumentada de leucemia em radiologistas.
A relação causal entre radiações ionizantes e leucemias, agudas e crônicas,
seria dose-dependente para exposições acima de 50 rads (radiation absorbed dose).
Os estudos disponíveis demonstram que a ocorrência de leucemia está associada com determinadas
deficiências imunológicas e algumas síndromes raras.
Excesso de mortalidade por leucemia foi observado em indivíduos com artrite reumatóide
e com anemia perniciosa, sem que se conheça o mecanismo de ação.
Também tem sido observado risco aumentado de leucemia em pessoas que fazem tratamento
com drogas imunossupressoras, drogas citotóxicas para doenças crônicas e quimioterapia
para outras doenças malignas.
Também tem sido associada aos agentes infecciosos virais.
O papel etiológico do grupo HTLV (Vírus da Leucemia de Célula-T Humana), no Caribe e
noutros países asiáticos, como o Japão, está relativamente bem documentado.
A contribuição da ocupação, trabalho ou profissão na etiologia das leucemias está
bem estabelecida. Do ponto de vista epidemiológico, por exemplo, a exposição ao benzeno
está relacionada com a leucemia mieloblástica aguda (LMA) e com a leucemia mieloblástica
crônica (LMC).
Considera-se, também, como razoavelmente estabelecido o nexo causal entre o benzeno,
a leucemia linfoblástica crônica (LLC) e a leucemia linfoblástica aguda (LLA).

Os estudos epidemiológicos de avaliação de risco (risk assessment) conduzidos pela OSHA, nos Estados
Unidos, estimam que a exposição ao benzeno em níveis de 10 partes por milhão (ppm), durante a vida laboral, produz um
excesso de 95 mortes por leucemia, em cada 1.000 trabalhadores que foram expostos. Com a mesma metodologia, estima-
se que, em concentrações de 1 ppm, a exposição durante a vida laboral ainda provoque um excesso de 10 mortes por
leucemia em cada 1.000 trabalhadores.
Outros estudos (Rinsky e colaboradores, 1987) mostram que trabalhadores
expostos ocupacionalmente ao benzeno, a uma concentração média de 10 ppm durante 40 anos, tiveram risco aumentado
de morrer por leucemia em 154 vezes. Baixando o limite de exposição para 1 ppm, o risco seria de 1,7 vez. Em 0,1 ppm,
o risco seria virtualmente equivalente ao risco basal da população exposta.



Fonte: Doenças do Trabalho

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