Tuesday, July 15, 2014

Hepatites virais - Prevenção e Vacinação

Hepatites virais - Prevenção e Vacinação

5 PREVENÇÃO
A vigilância dos casos de hepatites virais relacionadas ao trabalho deve seguir os procedimentos indicados
na introdução deste capítulo.
As medidas de prevenção e controle para o HAV e o HEV podem ser sumarizadas em:
- saneamento básico, principalmente controle adequado da qualidade da água para consumo humano e
do sistema de coleta de dejetos humanos;
- ações educativas quanto às informações básicas sobre higiene e formas de transmissão da doença,
que evitem novos casos;
- adoção de medidas de isolamento entérico do paciente em domicílio, visando à proteção dos familiares;
- investigação epidemiológica para identificação da fonte de contaminação e adoção de medidas de
prevenção, como cloração da água, proteção dos alimentos, entre outras;
- orientação e supervisão dos profissionais de saúde quanto à necessidade de se obedecer as Normas
de Biossegurança e de vacinação para o vírus A (não existe vacina para o vírus E);
- emprego de imunoglobulina antivírus da hepatite A para os contatos de pessoas com infecção aguda
ou indivíduos acidentados com material biológico, sabidamente contaminado com o vírus.

A hepatite B é doença de notificação obrigatória no território nacional. As principais medidas de controle
para o HBV e HDV são:
- vacinação de todos os indivíduos suscetíveis, independentemente da idade, principalmente para aqueles
que residem ou se deslocam para áreas hiperendêmicas. São grupos prioritários para vacinação:
profissionais de saúde, usuários de drogas negativos, indivíduos que usam sangue e hemoderivados,
presidiários, residentes em hospitais psiquiátricos, homossexuais masculinos e profissionais do sexo.
O esquema básico de vacinação é de 1ml em adultos e 0,5 ml em crianças com idade inferior a 11 anos,
em 3 doses: a) primeira; b) segunda, trinta dias após; c) terceira, 6 meses após a primeira;
- uso de imunoglobulina humana antivírus da hepatite tipo B, indicado nos casos de recém-nascidos,
filhos de mães portadoras do HbsAg, contatos sexuais de portadores ou com infecção aguda, indivíduos
acidentados com material contaminado (nestes, administrar simultaneamente a vacina).
Para o controle da HCV, os portadores e doentes devem ser orientados para evitar a disseminação do
vírus, adotando medidas simples, tais como:
- usar preservativos nas relações sexuais;
- não doar sangue;
- usar seringas descartáveis, evitando seu compartilhamento.
Os serviços de hemoterapia (hemocentros e bancos de sangue) de doenças sexualmente transmissíveis e
de saúde do trabalhador devem notificar os portadores por eles diagnosticados e encaminhá-los ao serviço de vigilância
epidemiológica municipal ou estadual, para completar a investigação e receber assistência médica.
Aos trabalhadores expostos devem ser garantidos:
- condições de trabalho adequadas que lhes possibilite seguir as
Normas de Precauções Universais;
- orientação quanto ao risco e às medidas de prevenção;
- vacinação específica para HBV;
- facilidades para a higiene pessoal (chuveiros, lavatórios);
- EPI adequados (vestuário limpo, luvas, botas, proteção para a cabeça, etc.).
Recomenda-se a verificação da adequação e cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e promoção da saúde identificados no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de outros
regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.





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