Thursday, June 5, 2014

Doenças do sistema circulatório

DOENÇAS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
RELACIONADAS AO TRABALHO
(Grupo IX da CID-10)
INTRODUÇÃO
Apesar da crescente valorização dos fatores pessoais, como sedentarismo, tabagismo e dieta, na
determinação das doenças cardiovasculares, pouca atenção tem sido dada aos fatores de risco presentes na atividade
ocupacional atual ou anterior dos pacientes. O aumento dramático da ocorrência de transtornos agudos e crônicos do
sistema cardiocirculatório na população faz com que as relações das doenças com o trabalho mereçam maior atenção.
Observa-se, por exemplo, que a literatura médica e a mídia têm dado destaque às relações entre a ocorrência de
infarto agudo do miocárdio, doença coronariana crônica e hipertensão arterial, com situações de estresse e a condição
de desemprego, entre outras.
Nos Estados Unidos, estima-se que de 1 a 3% das mortes por doença cardiovascular estejam relacionadas
ao trabalho. Tem sido registrada a associação entre baixos níveis socioeconômicos e educacionais e o aumento da
incidência de doenças isquêmicas coronarianas atribuídas aos fatores psicossociais de estresse
e aos fatores de risco
pessoal, mas também a uma maior exposição a agentes químicos, como solventes e fumos metálicos.
No Brasil, as doenças cardiovasculares representam a primeira causa de óbito, correspondendo a cerca de
um terço de todas as mortes. A participação das doenças cardiovasculares na mortalidade do país vem crescendo
desde meados do século XX.
Em 1950, apenas 14,2% das mortes ocorridas nas capitais dos estados brasileiros eram
atribuídas a moléstias circulatórias.
Passaram a 21,5% em 1960, 24,8% em 1970 e 30,8% em 1980. Em 1990, as
doenças cardiovasculares contribuíram com cerca de 32% de todos os óbitos nas capitais dos estados brasileiros.
Além de contribuírem de modo destacado para a mortalidade, as moléstias do aparelho circulatório são causas freqüentes
de morbidade, implicando 10,74 milhões de dias de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e representando a
principal causa de gastos em assistência médica, 16,2% do total (Lotufo & Lolio, 1995).
Entre as causas de aposentadoria por invalidez, os estudos disponíveis mostram que a hipertensão arterial
destaca-se em primeiro lugar, com 20,4% das aposentadorias, seguida dos transtornos mentais (15%), das doenças
osteoarticulares (12%) e de outras doenças do aparelho cardiocirculatório, com 10,7%. Assim, as doenças cardiovasculares
ocupam o primeiro e o quarto lugar de todas as causas de aposentadoria por invalidez e, juntas, representam quase um
terço de todas as doenças que provocam incapacidade laborativa total e permanente (Medina, 1986).



Fonte: Doenças do Trabalho

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