Tuesday, June 10, 2014

Hipertensão arterial - Epidemiologia e Fatores de risco

Hipertensão arterial - Epidemiologia e Fatores de risco

EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A etiologia da HAS primária, essencial ou idiopática, que acomete cerca de 95% da população de hipertensos,
não está totalmente definida. Fatores genéticos e ambientais parecem estar envolvidos na sua gênese, entre eles o
estilo de vida, o estresse decorrente do trabalho ou das atividades da vida diária e a ingestão elevada de sódio.
A HAS secundária tem etiologia relativamente bem definida, sendo importante sua identificação, pois pode
ser curada por cirurgia, tratamento clínico específico e/ou afastamento da exposição ao agente causal. As principais
causas de HAS secundária estão relacionadas no Quadro XIX. Entre elas está a exposição ocupacional ao chumbo e
ao ruído. O estresse, decorrente de problemas com o emprego e o desemprego, também é considerado, na atualidade,
fator de risco para o desenvolvimento de HAS.
Em algumas ocupações tem sido registrada elevada prevalência de HAS, como, por exemplo, nos
controladores de tráfego aéreo. Quando comparados com seus próprios exames admissionais, observa-se uma
prevalência 1,6 vez maior nos trabalhadores de torres de grande movimento do que naqueles das de pequeno movimento.
No clássico estudo desenvolvido por Míriam Ribeiro e colaboradores, em 1981, analisando a prevalência de HAS no
município de São Paulo, em 57 diferentes estabelecimentos de trabalho,
a prevalência variou de 11% entre profissionais
liberais a 21% no setor de empresas jornalísticas e publicitárias. Os autores também detectaram uma tendência de
níveis pressórios mais elevados nos trabalhadores que excediam 48h de trabalho por semana, quando comparados
com os que trabalhavam abaixo desse limite.
Em motoristas de ônibus urbanos em grandes metrópoles tem sido descrito um excesso de prevalência de
HAS. Ricardo Cordeiro, em análise de 839 trabalhadores, demonstrou associação positiva entre a pressão arterial
diastólica e o tempo acumulado de trabalho, separando o efeito da idade nos motoristas.
Excluídas as causas comuns, não-ocupacionais, de HAS secundária e havendo evidências epidemiológicas
de excesso de prevalência em determinados grupos ocupacionais, esta poderá ser classificada como doença relacionada
ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, posto que o trabalho pode ser considerado fator de risco, no
conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal da hipertensão. Trata-se de nexo epidemiológico
de natureza probabilística.



Fonte: Doenças do Trabalho

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